segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Legião de produtores.

Assim que pesquisei e assisti a 4 curta-metragens no site http://www.portacurtas.com.br/ , site dedicado a curtas brasileiros na web, decidi recomendar a vocês o curta Quase Sem Querer, do jornalista e pós-graduado em Cinema, Cristiano Luiz Freitas. O filme, que tem a duração de 15 minutos é fruto de um projeto coordenado pelo próprio Luiz, o Projeto Audiovisual da Gazetinha que consiste em criar um núcleo de discussão e produção audiovisual tendo como criadores crianças e adolescentes. Quase Sem Querer foi realizado no ano passado, mas merece destaque pois foi exibido no Festival do Rio de cinema deste ano e foi sucesso na sétima Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Produzido por repórteres-mirins, o curta conta uma interessante história de amor entre Eduardo e Mônica, com certeza vocês se lembraram da música da Legião Urbana certo? É que o filme realmente faz uma homenagem a banda e principalmente a seu líder, Renato Russo, porém essa homenagem não é nada muito descarada e entra de leve no enredo, sem atrapalhar ou se sobresair na narrativa construída no projeto. Notamos um tom de humor em algumas cenas, o que deixa o curta engraçado, notamos isso principalmente em alguns personagens do filme. O que também ajuda na narrativa da história é o fato do protagonista, Eduardo (Rafael Nannetti), estar em um momento muito confuso e marcante na sua vida de adolescente, a passagem do colegial para a vida universitária, cheia de novidades e decisões a tomar e isso valoriza para prender a atenção de quem vê - principalmente a dos adolescentes. O filme em determinado momento começa a perder um pouco de seriedade, no sentido que ele fica muito meloso, ou seja, ela nos lembra as tramas "bobinhas" que acontecem por exemplo na novela Malhação da Rede Globo. Assim que Eduardo começa a "ficar"com Mônica, as cenas que ilustram esse acontecer são exageradas e há um excesso de cenas que cansa quem assiste. Fatores esses, que não destroem o valor da iniciativa do Projeto e nem o curta em si, afinal o projeto é produzido e discutido por crianças, e neste caso, principalmente por adolescentes que vivem essas situações e se identificam ao ver o filme. Apesar de estar denominado como um curta-metragem, o filme se encaixou dentro da linguagem televisiva, através do texto, do próprio enredo e até por cenas de interior que podemos notar que foram feitas em estúdios fixos (cenários físicos).
Outro fator interessante de analise é a participação de pessoas não profissionais do audiovisual na produção do curta, há uma sensação de "o filme funcionou", é esquisito, mas o uso de pessoas reais na produção e também no elenco (como por exemplo o elenco de Cidade de Deus) gera um percentual de acerto quando se pensa se o filme vai vingar. Não estou de maneira alguma desmerecendo os estudiosos, os alunos (meu caso) e profissionais formados na área, simplesmente aponto um fenômeno atual do nosso cinema brasileiro.

ps: não consegui nenhuma imagem do filme para postar. Problemas no site do PortaCurta.

QUASE SEM QUERER

Aonde assistir: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=5671#

Nenhum comentário: